A Justiça do Homem X A Justiça de Deus

Palavra Introdutória:  Gênesis 3:6-7

E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. 

Gênesis 3:21

E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu. 

Desde a queda do homem no Éden, ele (a humanidade), tem tentado estabelecer sua própria justiça, como uma fuga para o pecado, e do grito da consciência que nos condena por nossas atitudes contrárias a Deus. Sabendo disto Deus proveu o sacrifício de um animal, como figura do sacrifício perfeito que estaria por vir através da morte expiatória de Seu Filho, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo na cruz do calvário.

A justiça própria representada aqui pelas folhas da figueira, que nada mais são do que as atitudes do homem querendo alcançar o céu pelo seu próprio esforço, através de boas obras e religião, servem apenas para abafar a consciência, é como se diz popularmente, querer tapar o sol com a peneira, a peneira tem furos o sol penetra entre os furos mostrando o que esta por baixo, assim as folhas da figueira, quando foram confrontadas com a presença de Deus não puderam esconder a nudez do homem diante Dele. Por isso Deus teve que providenciar através de Sua Justiça, o sacrifício para tapar a nudez do homem, representado aqui pelas peles dos animais, sendo que Ele mesmo os vestiu. Mostrando assim que não é por atos de justiça praticados por nós, mas por sua Graça e Misericórdia que ele nos justifica e nos perdoa de todos os pecados.

Quando o homem peca tenta abafar sua consciência com boas obras e religiosidade (folha da figueira), por causa de sua justiça própria, mas a única maneira de ter a consciência purificada é pelo Sacrifício do Cordeiro (representado pela pele de animal).

Isaias 64:6

Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam.

Anos mais tarde através de Isaias, Deus revela sua opinião de forma muito clara a respeito da justiça do homem. Nossa justiça própria não passa de trapo de imundícia, quando fala de folhas nos trás a lembrança novamente das folhas da figueira.

Mesmo depois de passar por uma conversão, uma pessoa pode manifestar muito da sua justiça própria. Citarei um exemplo no novo testamento para efeito de esclarecimento através das escrituras:

Mateus 16:13-24

E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus o Cristo.
Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.
E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso.
Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.
Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; 

Podemos ver no texto acima que Pedro havia recebido a maior de todas revelações, da parte do Pai, a de que Jesus é o Cristo o Filho do Deus Vivo.

Diante desta revelação podemos perceber que Pedro era um genuíno cristão, tanto que mais tarde recebe a revelação de seu próprio ministério, ganhar almas para o reino, construindo a Igreja sobre a Pedra Angular, ou seja, a Rocha, o Próprio Cristo. Mas embora Pedro fosse um genuíno cristão, ainda guardava dentro de si algo contrário a Deus, ou seja, sua justiça própria, que foi manifesta depois da revelação da Obra que O Senhor Jesus iria realizar através de Sua Morte e Ressurreição na Cruz do Calvário.

Talvez podemos dizer, mas como Pedro fez uma coisas dessas? Olha só a revelação que ele teve minutos antes! Chegou a tal ponto que O Senhor lhe disse afasta-te de mim satanás, por que não compreende as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens. Não nos enganemos querido leitor, essa mesma justiça,ainda esta manifesta em nossa carne. Talvez uns manifestam mais outros menos. Justiça essa que é diabólica, carnal, contrária a Deus e contrária a Justiça de Deus que foi estabelecida por Cristo na Cruz. Sem Sua Obra na cruz estaríamos todos perdidos.

Pedro agiu assim achando que estava fazendo uma coisa boa, protegendo o Mestre. Assim também muitos de nós achamos que talvez estejamos fazendo algo que agrade a Deus, mas que é contrário a Cruz de Cristo.

Pedro acreditava tanto em si próprio e em sua própria justiça que disse, jamais te negarei. Quando foi confrontado novamente com a cruz, negou três vezes. Teve que passar por um dolorido tratamento, até que depois da ressurreição do Senhor, O Mesmo o restaurou com Seu Amor.

Assim acontece com muitos de nós, somos confrontados com a Justiça de Deus dia a dia, recebemos o tratamento da cruz, para nos esvaziarmos de nós mesmos e de nossa própria justiça e sermos enchidos por Deus.

A cruz de Cristo é a base para o perdão de nossos pecados, para nos libertar dos pecados e também de nossa própria justiça que deriva de nosso eu.(Romanos 6:4)

A justiça própria, também pode ser manifestada coletivamente, Israel acreditava que a Lei mosaica, era o modelo de justiça a ser seguido, achavam que se guardassem a Lei estariam justificados diante de Deus, mas Deus estabelece Sua Justiça, cumprindo a Lei, através de Seu Filho na Cruz, e nos dá a fé para que possamos ser justificados, como podemos ver no exemplo de Israel a seguir:

Romanos 10:3-10

Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.
Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas.
Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo.)
Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo.)
Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos,
A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. 

Meu querido leitor, se você se sente atormentado, pelo peso de teus pecados, Deus providenciou um meio, para que você possa ser perdoado! A nossa religião, boas obras, justiça própria, nem mesmo a observância da Lei, ou dos 10 mandamentos pode nos salvar. Somente a Cruz de Cristo! Reconheça teu estado de perdição e receba a Jesus o Cristo, como Senhor e Salvador de tua vida, creia que Ele é O Cristo o Filho do Deus Vivo, e que morreu na cruz para pagar o preço pelos nossos pecados e pelos teus pecados, e que ressuscitou ao terceiro dia, e que agora Ele passa a ser não apenas teu Salvador mas também Senhor.

Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé.Romanos 3:27

Jactância: Ação, hábito de se gabar: falar com jactância. / Arrogância, altivez.

Um abraço a todos e fiquem com a doce Paz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!

Kleber Capistrano

kleber_capistrano@hotmail.com